24/04/2009 - Na última quinta-feira (16/4) aconteceu a 2ª audiência pública sobre pedofilia na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Conduzida pelo deputado estadual José Bruno (DEM), que luta pela instalação da CPI da Pedofilia naquela Casa, a mesa foi composta por especialistas no assunto e profissionais que lidam com a pedofilia em diferentes esferas.
O vereador Marcelo Aguiar (PSC), presidente da CPI da Pedofilia e do Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil falou sobre o andamento das reuniões desta comissão na Câmara Municipal paulista.
O parlamentar destacou a importância do depoimento protegido às crianças vítimas de pedofilia e abuso sexual, onde o psicólogo estabelece um vínculo de confiança com a criança e consegue obter informações sobre o abuso. “As crianças precisam se sentir seguras para falar e isso só vai acontecer quando ela se sentir protegida, em um ambiente propício onde se sinta à vontade”.
O momento pós-abuso, que visa minimizar o impacto sobre a vítima, foi pautado pelos médicos Jefferson Drezett, Daniela Pedroso e Alcina Meirelles. Os três apresentaram dados e estatísticas do Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Pérola Byington, que apontam para o alarmante crescimento da pedofilia no Estado. Também na área da saúde palestraram as médicas do Instituto Médico Legal (IML) Vera Denise de Toledo e Daniela Muñoz.
Palestraram ainda o jornalista do SP Record, Reinaldo Gottino, que falou sobre a importância e responsabilidade da mídia na divulgação de temas como a pedofilia e a representante da Secretaria da Educação, Eleuza Guazelli.
O Dr. Jefferson Drezett, ginecologista do Hospital Pérola Byington, apresentou dados classificados internacionalmente como grave problema de saúde pública. Em média, o Bem-Me-Quer atende 300 vítimas por mês e oferece atendimentos pré-hospitalares, periciais e sociais. Já foram acompanhados mais de 18.740 casos de violência; 64% deles correspondentes a crianças e adolescentes.
O médico apresentou um histórico clínico dos 15 anos de existência do programa. Ao todo, foram realizadas 9.725 ações de anticoncepção de emergência e evitadas 413 gestações por estupro, a ocorrência de 1.500 doenças sexualmente transmissíveis, e de 260 casos de HIV. Segundo ele, além do tratamento médico o programa acionou os órgãos competentes para que fossem feitas denúncias diretamente nos conselhos tutelares.
O vereador Marcelo Aguiar demonstrou satisfação em compor a mesa e poder ter acesso às informações apresentadas. “O Hospital Pérola Byington é referência no tratamento ao abuso sexual da mulher e infanto-juvenil. Certamente vou poder levar o conteúdo abordado nesta audiência aos meus pares na Câmara Municipal”, disse o parlamentar. “Quero deixar a CPI à disposição do deputado José Bruno e desta Casa”.
Assessoria de Imprensa: Aline Bernardo
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